abro as janelas brancas da minha casa azul
para receber a noite.
longos braços debruçados cá dentro.
gosto da brisa quieta da minha rua:
- olha! lá vai ela, fechando as portas das casas.
“trouxeste a chave”?
abro as janelas brancas
para ver as árvores na calçada
para ver o céu que a lua apaga
onde estarão os pássaros à noite?
ouço asas.
abro a minha casa azul
lá fora há olhos estranhos
aqui dentro estou eu:
fecho as janelas.
à noite, o mundo respira devagar...
cansado ou agradecido?
5 comentários:
Posso me repetir? Lindo, maduro, sinestésico, imagético...você conseguiu descrever uma das inúmeras visões da “Mulher na Janela” que há em casa uma de nós. Adorei as cores impressas que impressionam. E então, já descobriu onde estão os pássaros à noite?. Uma dica: lendo ou escrevendo versos como esse...rsrs
Bjos , menina cujo silêncio não fala, grita.
lu, assim que entrei no blog essa imagem dessa menina me levou a uma viagem por todos os meus medos e fantasias. Imagem arrebatadora, impressionante. Um olhar misteriosíssimo.
aí depois eu li seu poema e ele é exasperante, surreal, lindo demais. essas imagens aí são digna de uma Iracema Macedo e de uma Iara Carvalho. ou seja: vc está no caminho certo. Lindo demais. Seu estilo está muito bem afinado. originalíssimo. estou sem mais palavras para falar. essas imagens cotidianas como abrir uma janela e olhar uma árvore na rua são arrepiantes colocadas dessa sua forma encantadora. dá uma vida profunda a tudo isso. vc é muito especial. obrigado por ser minha amiga! rsrs. parabéns por esse lirismo profundo e lindamente artístico. escreva mais. escreva. um XÊRO!!
tens a chave tu???
silenciosa, sorrateira, esgueirando-se por varandas e sonhos, levando à multidão um lirismo estalado na ponta de seus dedos...assim é Lu, e essa poesia linda. confesso que fiz uma releitura de Cecília Meireles ao ler essa linda poesia.
Beijos
Ai Lu! Que lindeza ter o privilégio de compartilhar dessa sua Janela que pesca o mundo com tanta sofisticação e, ao mesmo tempo, tanta simplicidade. Porque é você, elegante e simples, altiva e bela, uma das mais doces aquarelas que vem surgindo, sorrateiramente, na poesia potiguar.
Fico honrada em vc e wescley considerar um poema lindo desse como sendo uma releitura de minha poesia.
Tem muito do que você é nesse objeto de arte que criou. Mas tem tudo da humanidade também.
Um beijo de quem te ama muito!
Iara
Oi, Luciene.
Agora também tenho um Blog. Faça uma visita.
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