sábado, 10 de fevereiro de 2007

O Ofício




O ofício


A folha incessante do ofício está posta
Uma insistente máquina de escrever ainda resiste
Como as batidas de um coração antigo e ultrapassado
Sob as mãos titubeantes de uma iniciante
Tac, tac, tac da antitaquicardia
As horas, vez em quando, param no tempo
Marcam os momentos de um dia que nunca anoitece
De um amanhã sem hoje
Responsável pela ordem das datas
E uma insistente máquina de escrever ainda resiste
Como as batidas de um coração antigo e ultrapassado
Sob as mãos titubeantes de uma iniciante
Tac, tac, tac da antitaquicardia
Enquanto isso, o sol acinzenta-se dentro das salas pálidas
Já está protocolado no ofício do ofício
Que “tempo é dinheiro”
Não há nada mais para se pensar
E uma insistente máquina de escrever ainda resiste
Como as batidas de um coração antigo e ultrapassado
Sob as mãos titubeantes de uma iniciante
Tac, tac, tac da antitaquicardia



Luciene Danvie

Um comentário:

Aldenir Dantas disse...

Valeu Luciene!

Estreou no mundo dos blogs em grande estilo, com dois belíssimos poemas...
E essa imagem associada a esse poema, já tão famoso...
E essa escuridão que ao mesmo tempo reforça o silêncio e destaca a poesia...
Tudo muito bom.
Parabéns,
Um abraço.