domingo, 4 de fevereiro de 2007

O Silêncio da Boca


O silêncio da boca



Em face de um espanto.
Um desencanto.
Num canto sem som e sem pranto.
Só silêncio e manto.


Não sei fazer poemas de amor.
Não sei nem rimar a dor.
Como nos sonetos dos folhetos.
Melhor o silêncio.

É ausência
E falta o gosto
Das minhas palavras
Na folha muda como o silêncio sem gosto,
Sem lágrimas e lenços.

Hoje eu não amo.
Sou mar na madrugada,
Coração batendo cego e escuro.
Tenho medo

Luciene Danvie

3 comentários:

Denis disse...

Que bom sabê-la falante por aqui.
Grite mesmo, e grite muito e muito alto, pois teu coração comporta e conforta um sem número de viventes em seus calabouços mudos.

cheiros e saudades!!! E carnavalize-se!!!

Anônimo disse...

Luciene

Dei uma passada aqui no seu blog e publicarei na minha coluna do CNAGITOS esse seu belo poema durante essa semana, um forte abraço!

Lua em Libra disse...

Hoje eu não amo.
Sou mar na madrugada,
Coração batendo cego e escuro.
Tenho medo

Que coisa mais forte, Luciene! Teu blog é uma delícia. Lírico, limpo e lindo. Que tua boca silencie, se for pra produzir assim.

Beijo,