sexta-feira, 14 de maio de 2010

A Tela


abro as janelas brancas da minha casa azul

para receber a noite.

longos braços debruçados cá dentro.

gosto da brisa quieta da minha rua:

- olha! lá vai ela, fechando as portas das casas.

“trouxeste a chave”?


abro as janelas brancas

para ver as árvores na calçada

para ver o céu que a lua apaga

onde estarão os pássaros à noite?

ouço asas.


abro a minha casa azul

lá fora há olhos estranhos

aqui dentro estou eu:

fecho as janelas.

à noite, o mundo respira devagar...

cansado ou agradecido?