abro as janelas brancas da minha casa azul
para receber a noite.
longos braços debruçados cá dentro.
gosto da brisa quieta da minha rua:
- olha! lá vai ela, fechando as portas das casas.
“trouxeste a chave”?
abro as janelas brancas
para ver as árvores na calçada
para ver o céu que a lua apaga
onde estarão os pássaros à noite?
ouço asas.
abro a minha casa azul
lá fora há olhos estranhos
aqui dentro estou eu:
fecho as janelas.
à noite, o mundo respira devagar...
cansado ou agradecido?